terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Roupas sensuais no trabalho podem impedir sua promoção



Pesquisa britânica envolveu 3 mil chefes que condenaram o uso de decotes e roupas justasPOR LUISA BARWINSKI EM 20/12/2011 11:02, EM ETIQUETA
Cada situação exige uma roupa diferente, não concorda? Pois bem, como você deve imaginar, o escritório não é lugar de usar aquela camisa decotada ou aquela saia mais justinha. Ainda que pareça inofensivo, este tipo de roupa pode minar as suas chances de crescer dentro da empresa e conseguir a sonhada promoção para um cargo melhor.
Quem chegou a esta conclusão é o empresário britânico Peter Jones, que entrevistou 3 mil líderes de diferentes empresas por todo o Reino Unido. O resultado ficou dentro do que já era esperado: muitos dos chefes já deixaram de conceder aumentos de salário ou até mesmo autorizar promoções daquelas funcionárias que usavam roupas mais “ousadas”, por assim dizer.
Em casos mais extremos, eles já precisaram demitir algumas funcionárias por estarem em desacordo com as normas de vestimenta da empresa. Por isso, é importante tomar bastante cuidado com o que vestir. Causar uma boa impressão nunca é demais.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Reconhecimento (Liderança)


Conta-se que certo funcionário de um frigorífico foi inspecionar a câmara fria no final do expediente e, por um descuido, ficou preso dentro dela. Ele gritou, esmurrou a porta, mas infelizmente ninguém o ouviu. Depois de várias horas naquela temperatura, quando os últimos suspiros de vida já se aproximavam, o vigia abriu a porta da câmara e o resgatou a tempo de poder recuperar-se depois de alguns dias no hospital. Mas, o que mais chamou a atenção de todos é que inspecionar a câmara fria não fazia parte da rotina de trabalho do vigia.
Ao ser questionado a respeito, ele explicou:
- Trabalho nesta companhia há muito anos e centenas de empregados entram e saem daqui todos os dias. Ele é um dos poucos que me cumprimenta ao chegar pela manhã e se despede de mim ao sair.
E continuou:
- Hoje logo cedo ele disse ‘bom dia’ quando chegou, contudo não se despediu de mim na hora da saída. Imaginei que poderia ter-lhe acontecido algo. Por isto o procurei e o encontrei…
Uma das premissas para tornar-se um bom líder é valorizar as pessoas. E uma das maneiras mais simples e poderosas de fazê-lo, é reconhecendo-as.
Reconhecê-las pelo que são: seres humanos como você e eu, com virtudes e defeitos.
Reconhecê-las pelo que fazem, ainda que, em nossa percepção, seja um trabalho muito simples. Basta imaginar os banheiros do nosso local de trabalho sem pessoas para limpá-lo durante apenas um dia; como seria? Você já parou em algum momento do dia para dizer a uma dessas pessoas algo como: “- Muito obrigado pelo importante trabalho que realiza aqui na empresa. Sem você esse lugar seria uma bagunça.”? Quanto tempo demora este elogio tão simples? Quanto tempo ele vai durar na vida dessa pessoa?
Valorizar as pessoas é também reconhecer que todo ser humano é capaz de crescer,porque quando isso acontece, o líder passa a acreditar ainda mais nas pessoas, e trabalha para desenvolvê-las.
Líder é aquele que se dispõe a ser o ‘número um’ colocando as pessoas em primeiro lugar”. Alguém que conquista uma posição hierárquica que por natureza é investida de poder, normalmente se considera o “Número Um” e entende que todas as outras pessoas estão ali para servi-la e colocá-la cada vez mais em primeiro lugar. O verdadeiro líder, porém, ainda que sua posição lhe propicie poder, se dispõe a ser o “Número Um” colocando as pessoas em primeiro lugar, porque compreende que ser líder não significa posse, mas exercício; o exercício de servir com amor, caráter e integridade, reconhecendo as pessoas pelo que sãopelo que fazem e pelo que podem ser, colocando-as em primeiro lugar.
Segundo Ken Blanchard, um dos mais respeitados estudiosos de Gestão e Liderança do mundo, o líder eficaz tem as seguintes ações no seu dia-a-dia:
  • Reconhece seus erros e pede desculpas se magoou ou prejudicou alguém;
  • Procura flagrar as pessoas fazendo algo certo;
  • Reconhece e valoriza as contribuições das pessoas e as elogia quando acertam;
  • Quando ocorre um mal entendido diz “eu acho que não me expliquei bem” ou “não fui suficientemente claro?”;
  • Agradece quando recebe feedback, mesmo que negativo;
  • Quando um erro é cometido, procura transformar o erro em oportunidade de aprendizagem;
  • Honra compromissos assumidos e cumpre o que promete, mesmo que implique num custo para ele;
  • Quando os resultados são bons, atribui o mérito à equipe e aplaude o sucesso dos outros sem querer “levar fama sozinho”;
  • Quando algo sai errado, assume a responsabilidade;
  • Cria condições que favorecem o sucesso das pessoas e promove sua independência;
  • Trabalha para tornar-se gradualmente desnecessário.

O Melhor Milho (Trabalho em Equipe)




Todos os anos aquele fazendeiro recebia o primeiro prêmio máximo pela qualidade de sua lavoura de milho na exposição de seu estado.
Certa vez um jornalista, intrigado ao descobrir que ele fornecia suas “sementes campeãs” para os fazendeiros vizinhos, lhe fez a seguinte pergunta:
- Como você se permite compartilhar sua melhor semente de milho com seus vizinhos, se eles competirão com você todos os anos?
E o fazendeiro respondeu:
- Bem, você não sabe? O vento espalha o pólen do milharal de lavoura para lavoura. Se meus vizinhos cultivarem milho inferior, a polinização cruzada vai certamente degradar a qualidade do meu milho. Portanto, se eu pretendo cultivar um milho de qualidade, eu tenho de ajudar meus vizinhos a cultivar um bom milho.
Em uma equipe de alto desempenho, o bem estar individual está firmemente ligado ao bem estar de todos. À medida que cada membro da equipe contribui com o seu melhor, todos têm a oportunidade de aperfeiçoar-se e melhorar continuamente suas próprias contribuições à equipe. À medida que cada um se fortalece, toda a equipe se torna mais forte, mais dinâmica, mais eficaz, enfim, uma equipe extraordinária. Quanto você tem contribuído para que sua equipe se torne mais extraordinária a cada dia?

Palmadinha fora da lei




O governo quer proibir o tapa pedagógico. Mas não é de uma nova lei que dependem a felicidade e o futuro das crianças, e sim do bom-senso e equilíbrio dos pais






Foto: mãe e filho discutindo
Foto: Getty Images
Na antiga cidade grega de Esparta, os castigos corporais eram um recurso na educação de meninos e moços. Seus governantes acreditavam que a dor física e moral causada por espancamentos e chibatadas fazia aumentar a força e enobrecia o caráter dos futuros guerreiros encarregados de proteger e ampliar a glória dos espartanos. Uma vez por ano, os meninos eram chicoteados na frente do altar dedicado à deusa Ártemis, protetora da caça e da cidade, num ritual que visava a premiar os mais resistentes. A poderosa Esparta desapareceu sob o domínio romano séculos antes do nascimento de Cristo, mas os castigos físicos de cunho pedagógico, dos quais os espartanos foram os maiores entusiastas, sobreviveram. A partir da segunda metade do século XX, eles entraram na mira de alguns psicólogos, que passaram a ver até mesmo numa palmadinha um abuso e uma humilhação inadmissíveis - capaz, inclusive, de causar traumas irreversíveis nas crianças. A palmada e seus correlatos voltaram à ordem do dia na semana passada, no Brasil, depois que o governo federal decidiu transformá-los em crime. 

O presidente Lula assinou um projeto de lei que modifica o Estatuto da Criança e do Adolescente em seu artigo 18. Pelo novo texto, fica vedado aos pais usar castigos corporais de qualquer tipo na educação dos filhos. Um parágrafo define o castigo corporal como "ação de natureza disciplinar ou punitiva com o uso de força física que resulte em dor ou lesão à criança ou adolescente". De acordo com a nova lei, que ainda precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional, o pai ou mãe que, por exemplo, der uma palmada na mão do filho que insiste em enfiar o dedo na tomada elétrica poderá se sujeitar a penas que variam da advertência à obrigatoriedade de se submeter a acompanhamento psicológico ou programas de orientação à família. 

A alteração no texto do estatuto tem raízes num projeto de lei apresentado em 2003 pela deputada Maria do Rosário (PT-RS) e rejeitado pelo Legislativo. A proposta da deputada surgiu a partir de uma pesquisa realizada ao longo de trinta anos pela Universidade de São Paulo com crianças que sofriam castigos físicos na infância. O estudo apontou que elas chegavam à vida adulta traumatizadas e se mostravam mais agressivas em situações corriqueiras do dia a dia. "Esse projeto é 100% preventivo. A intenção não é punir pais e familiares. Queremos, apenas, que as pessoas estejam alertas para as consequências desse tipo de ato", diz Maria do Rosário. 

A intenção é boa, mas a nova lei antipalmada levanta uma série de questionamentos de ordem legal e cultural. Em primeiro lugar, para combater castigos físicos severos, a lei é redundante. O Código Penal e o Código Civil já contêm artigos que punem os maus-tratos - eles alcançaram, recentemente, a procuradora de Justiça carioca Vera Lúcia Gomes, que agrediu repetidas vezes, com requintes de crueldade, a menina de 2 anos que estava sob sua guarda, e a empresária goiana Sílvia Calabresi Lima, que torturou a adolescente Lucélia Rodrigues da Silva. A nova lei suscita, ainda, a questão sobre até que ponto o estado tem o direito de intervir no que se passa dentro dos lares. Ninguém de bom-senso defende o espancamento de crianças - mas será desejável que o estado legisle sobre a palmadinha, que muitos pais ainda consideram positiva do ponto de vista pedagógico, apesar de todas as condenações da psicologia moderna? "A lei confronta o poder familiar, que é o direito do pai e da mãe de exercer sua autoridade", diz a advogada Renata di Pierro, especialista em direito de família. 

O novo texto do Estatuto da Criança e do Adolescente também não deixa claro como o poder público vai dimensionar o castigo corporal. Ficará ao critério discricionário de um juiz estabelecer a punição para uma palmada leve e para uma palmada que deixe a pele vermelha? Além disso, fica em aberto como será fiscalizado o cumprimento da nova lei. A polícia terá o direito de invadir o lar de um cidadão, como faz na casa de um bandido perigoso, caso receba uma denúncia de que o pai aplica palmadas corretivas nos filhos? Há ainda a possibilidade de a lei ser usada como instrumento de calúnia e chantagem. Alguém interessado em prejudicar um cidadão que dá palmadas nos filhos poderá usar essa informação para denunciá-lo à polícia - incluindo-se aí cônjuges vingativos e adolescentes problemáticos que querem ver-se livres da vigilância dos pais. 

A literatura médica reúne uma abundância de pesquisas que comprovam que as punições físicas podem ser prejudiciais às crianças, a exemplo do estudo da Universidade de São Paulo que serviu de inspiração para a lei antipalmada. Em sua maioria absoluta, no entanto, essas pesquisas se referem aos castigos físicos rigorosos, que machucam a criança. Os psicólogos e pedagogos são quase unânimes em afirmar que a palmadinha, aquela tradicional e moderada, dependendo das circunstâncias, pode ser positiva na educação infantil. A psicóloga Jonia Lacerda, do Instituto de Psiquiatria da USP, pondera que, no caso de criança muito pequena, lançar um olhar mais duro, segurá-la pelo braço ou mesmo dar um tapa leve no bumbum pode ser mais adequado e eficiente que discorrer durante horas sobre uma regra que ela infringiu. Diz Jonia: "A criança de até 5 anos ainda não tem plena capacidade intelectual para entender conceitos abstratos. Para ela, a linguagem corporal, muito mais direta e clara que a verbal, pode ser mais apropriada em algumas situações". Por causa do sorvete que a mãe não permitiu tomar ou do brinquedo que não quis comprar, muitas crianças nessa faixa de idade se lançam no chão, gritam e esperneiam, protagonizando cenas de pirraça insuportáveis. Segundo o psicanalista Mário Corso, o mais adequado nesses casos é conter a criança fisicamente - levantando-a do chão e dando uma leve sacudida, por exemplo. "Há alguma dose de violência nesse ato? Há. Mas também há uma grande dose de amor, de vontade de educar o seu filho. Pois essa é a única maneira de ajudá-lo a sair daquela crise e, então, fazê-lo entender que está agindo de maneira inadequada", diz Corso.

De acordo com a psicóloga Marilda Lipp, professora da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, o castigo físico aceitável e educativo é aquele que não machuca, apenas estabelece uma comunicação imediata e põe a criança em estado de alerta para entender o que é certo. "Beliscões, puxões de orelha ou surras de cinto são inadequados, porque doem e podem causar danos ao desenvolvimento da criança. Mas um tapa leve pode ter grande valor de instrução e proteção", ela diz. Para Marilda, a palmada deve ser usada quando a criança se expõe a situações de perigo, não entende algo que já foi explicado verbalmente muitas vezes ou desrespeita e agride de maneira muito acintosa os pais ou outras pessoas. A palmada passa a ser um problema quando se torna a principal forma de comunicação dos pais com os filhos. Quando o pai ou a mãe se excedem no uso do tapinha na mão ou no bumbum - um risco na fase em que as crianças tendem a se tornar desafiadoras e irônicas, entre os 3 e os 5 anos de idade -, o recurso perde a função pedagógica e se torna apenas uma maneira de os pais descarregarem a própria raiva. Os especialistas ressaltam que a violência física contra meninos e meninas deve, obviamente, ser evitada. Mas consideram que o texto agora incorporado ao Estatuto da Criança e do Adolescente, além de exagerar ao proibir castigos leves e pedagógicos, cria a ilusão de que toda e qualquer violência contra menores de idade será coibida. Diz a educadora Guiomar Mello: "Há outros tipos de violência mais sutis, como a pressão psicológica, a chantagem emocional e a expectativa exagerada sobre os filhos, que podem causar tanto sofrimento quanto a agressão física". 

Palavras depreciativas ditas em tom educado ou gestos que denotam desinteresse ou desdém deixam, não raro, cicatrizes mais profundas que um castigo físico. Exemplifica Mário Corso: "Um pai que se senta à mesa do café, enfia a cara no jornal, reclama que está atrasado e sai sem reparar que a filha com problemas de autoestima fez um corte novo no cabelo faz uma agressão contra essa menina". Os especialistas ouvidos por VEJA não fazem apologia da palmada, mas se preocupam com o fato de o estado intervir na maneira de os pais educarem seus filhos. Eles questionam se a nova legislação não vai desautorizá-los ou levá-los a deixar de assumir seu papel em contextos delicados. E destacam: o essencial é não perder de vista que a punição - com propósito e dimensão adequados - faz parte da educação. 

No Brasil, o castigo físico de teor pedagógico foi introduzido pelos jesuítas no início da colonização. Para surpresa deles, os índios não tinham o costume de bater nos filhos. O padre José de Anchieta recomendava: "Amar é castigar e dar trabalhos nesta vida. E vícios devem ser combatidos com açoites e castigos". Apanhar, para a criança do Brasil colônia, era trivial, como ilustra uma cantiga popular do século XVIII, intitulada Zelos de uma Mãezinha: 

"Por que andas com carrancas? 

Satisfaça a tua ira: 

Dê nessas mãos, nessas costas 

Dê, que só assim me ensina".

"O castigo físico como método pedagógico, tanto nos lares como nas escolas, com o uso da palmatória, era totalmente aceito na sociedade brasileira até a chegada do século XX. Não existia nenhuma preocupação em estudar as particularidades das crianças, seja na psicologia, seja na medicina", diz a historiadora Mary Del Priore, autora do livro História das Crianças no Brasil. "Foi só com a divulgação de conceitos psicológicos que a família burguesa passou a compreender a criança, conferindo-lhe mais liberdade para manifestar seus sen­timentos e contrariedades", ela completa.